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Alfabetização e Letramento
Os métodos foram sendo escolhidos privilegiando a técnica para aprender a ler e a escrever, isto
é, a metodologia, sistematicamente adotada pela escola, foi eliminando aquilo que seria o ob-
jetivo principal, a leitura significativa do texto, para atender à “forma”, à técnica, tomada como
a melhor, para dominar mecanicamente o ato de ler e escrever.
Esses métodos (seja o sintético, seja o analítico e suas derivações, definidos a seguir em “você
sabia?”) passaram a iniciar o ensino com letras ou conjunto de letras, principalmente com “peda-
cinhos” das palavras: as sílabas. Quando o ensino de uma palavra era privilegiada, ignorava-se
o seu significado em um contexto significativo, isto é, o seu significado dentro de um texto.
Talvez você esteja pensando: “mas eu nasci próximo do final do século XX e fui alfabetizado pelo
método sintético ou o professor do meu filho o ensina pelo método analítico”. Sim, isso é possí-
vel. Ainda existem escolas que utilizam essa forma de ensino. Contudo, o que destacamos aqui
é que, embora a escola tenha se dedicado ao ensino da leitura e da escrita, isso não implica
necessariamente a produção de leitores que compreendiam o que liam ou o que escreviam.
VOCÊ SABIA?
Existem diferenças no ensino da leitura e da escrita pelo método sintético e pelo méto-
do analítico: “Pelo método sintético lê-se letra por letra, ou sílaba por sílaba, e palavra
por palavra, com várias pausas durante a leitura ocorrendo o cansaço e prejudicando
o ritmo e a compreensão da leitura”. (...) “O método analítico é um método constituído
por palavração (leitura de palavra por palavra), assim como os métodos tradicionais e
sintéticos, trabalham com elementos isolados, o que não favorece a compreensão de
um texto, tornando-se cansativo e desestimulante, por impedir que a criança possa en-
tender o texto como um todo” sem sentido. (Pedagogia ao pé da letra, 2013) Disponível
em:< http://pedagogiaaopedaletra.com/alfabetizacao-e-seus-metodos/>.
Até meados da década de 1980, o trabalho pedagógico centrava-se nas “cartilhas”, livros didá-
ticos com frases curtas e simples, tentando passar essa facilidade utilizando palavras com sílabas
simples, por exemplo: A babá lava o bebê.
Então, em nome da facilidade ou simplicidade, perdia-se a significação. A perda do sentido des-
trói o significado para explorar apenas um conjunto de letras já estudadas e assim sucessivamente.
Talvez você seja muito jovem e não tenha conhecido a famosa cartilha “Caminho Suave”, repre-
sentada na Figura 3, ou de repente você tenha vindo de outro estado brasileiro onde há lugares
que a utilizam até os dias de hoje, de modo que você já a conhece ou até já estudou com ela.
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