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Construção social da aprendizagem em saúde men-
tal e saúde da família. Elas incluem, além das citadas,
a valorização da pesquisa, do rigor metodológico, do
pensamento crítico, da ética e da estética (ou, como
Freire gostava de dizer, “decência e boniteza” (2002,
p. 20)) e da ligação entre teoria e prática como apoios
fundamentais para o ato de educar.
Por fi m, a nona frase de Freire sobre o ensinar
– que é, provavelmente, a menos explícita delas – me-
rece ser olhada com mais cuidado dentro do tema que
será explorado pelo livro organizado por Rozemere
Cardoso de Souza e Josenaide Engracia dos Santos:
“Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da
identidade cultural” (2002, p. 18). Como assim, as-
sunção da identidade cultural? E o que isso tem a ver
com saúde mental na atenção primária?
Podemos compreender que o trabalho em saúde
confi gura uma subcultura, ou seja, um universo de có-
digos e símbolos específi cos que são compartilhados
somente entre as pessoas que trabalham com saúde.
Dentro dessa subcultura existem diversas outras. A
saúde mental e a saúde da família são dois campos
com características, valores, missões e cotidianos
muito peculiares. Alguns desses elementos são bas-
tante sobreponíveis. Como exemplo, podemos citar a
importância, para ambas, do conceito de comunidade
e da herança histórica advinda da reforma sanitária.
Outros pontos, no entanto, são bastante distintos, es-
pecialmente aqueles que tocam o trabalho cotidiano
nos serviços de saúde mental e nas Equipes de Saúde
da Família. Há, portanto, identidades culturais que se
apresentam e se ocultam nesse processo.
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