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Capítulo 1
Você já ouviu falar sobre
as novas maneiras de
abordar a aprendizagem
da leitura e da escrita?
Introdução
Você sabia que a escrita tem uma história? Você sabia que a alfabetização foi desvinculada
do letramento devido à demasiada preocupação da própria escola em alfabetizar por meio da
escrita mecanizada? E você sabia que o inverso também pode ser verdadeiro? A extrema preo-
cupação com o letramento tem contribuído para os altos índices de “analfabetos funcionais” em
nosso país?
Nosso objetivo, neste capítulo, será responder a estes questionamentos. Como? Vamos descrever
brevemente a história da invenção da escrita e do processo de ensinar a ler e a escrever. Assim
como, vamos refletir sobre os métodos de alfabetização, muitas vezes conhecidos como tradi-
cionais, e sobre as consequências dessa excessiva preocupação com o letramento e, conforme
defende a professora Magda Soares, a “perda da especificidade da alfabetização”.
Também, nos apoiaremos nas ideias de Emília Ferreiro que, com um olhar psicológico, nos leva
a compreender que ler e escrever não são simples decodificações e codificações de letras e sons:
ler e escrever fazem parte de um sistema simbólico, que a criança vai compreendendo e se apro-
priando conforme se desenvolve psicologicamente.
Por fim, outro objetivo deste capítulo é buscar a compreensão sobre as contribuições da psico-
logia cognitiva, na relação entre a linguagem e o pensamento, sob os pontos de vista de Piaget
e Vygotsky.
1.1 Uma breve história
Você sabia que a escrita foi inventada pela humanidade e que no decorrer da história ela foi
se desenvolvendo e se modificando? A escrita é uma das maiores invenções humanas e, como
qualquer invenção, ela sofreu transformações ao longo do complexo processo histórico da hu-
manidade. Vamos contextualizar melhor esse processo neste tópico. Acompanhe!
1.1.1 A evolução da escrita
Há vários tipos de escritas (Figura 1): pictográficas, hieróglifas, cuneiformes, entre outras. A es-
crita alfabética, isto é, uma forma de representação daquilo que falamos, é a que possui maior
presença no mundo ocidental, e é por essa escrita que nós, brasileiros, na maioria das vezes, nos
comunicamos e representamos o mundo.
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